ONU denuncia complô para assassinar Babau e pede proteção a Bolsonaro

Cacique Babau
Reprodução/Uol

Matéria assinada pelo jornalista Jamil Chade, no Portal Uol, revela um suposto plano de assassinato do Cacique Babau, no sul da Bahia. Em documento enviado ao governo brasileiro, relatores da ONU (Organização das Nações Unidas) cobraram uma proteção do governo de Jair Bolsonaro a quem considera "um dos principais líderes indígenas do país", Rosivaldo Ferreira da Silva, o cacique Babau. Numa carta confidencial ao governo, os relatores Michel Forst e Victoria Lucia Tauli-Corpuz afirmam que estão preocupados diante das informações recebidas sobre um suposto plano de assassinatos no sul da Bahia contra o líder indígena e mais quatro de seus parentes.

Na carta enviada no dia 4 de abril, os relatores da ONU alertam que essa não é a primeira vez que fazem um apelo para que o Estado garanta a proteção da liderança indígena. Em 2016, um outro apelo foi emitido. Três anos depois, os relatores "lamentam que nenhuma resposta substantiva" até hoje tenha sido enviada pelo Brasil.

Babau teria sido informado do complô no dia 29 de janeiro deste ano. Segundo o jornalista, Em fevereiro, o Ministério Público Federal escreveu para a ministra de Direitos Humanos, Damares Alves, alertando que medidas de proteção eram necessárias. A comunicação sigilosa enviada ao governo brasileiro alerta que o programa de proteção do governo não tem sido suficiente. "De acordo com informações recebidas, não existem forças de segurança protegendo-o e nenhuma outra medida de proteção foi iniciada", escreveram os relatores. "Além disso, não houve qualquer investigação sobre as ameaças de assassinato", disseram.

Na carta, os relatores deixam claro ao governo brasileiro que a proteção é uma obrigação do Estado, por conta dos tratados internacionais soberanamente assinados pelo Brasil. "Expressamos nossa séria preocupação relacionada com as supostas ameaças de morte contra Babau, assim como o ataque contra defensores de direitos humanos por suas atividades pacíficas de direitos humanos.".